Entrevista a Jerónimo Jarmelo
Jerónimo Jarmelo, (pseudónimo de Jerónimo Pereira Santos) , segundo classificado na categoria Poesia na 1ª Edição do Prémio Literário "Do Mosto à Palavra", nasceu em Castanheira do Jarmelo – Guarda/Portugal. Fez o ensino secundário nos seminários do Fundão e Guarda, frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, área de clássico-românicas e teve uma curta experiência como professor, no ensino secundário. Deixou o ensino e ingressou na Banca, onde exerceu cargos superiores. Reformado, é professor nas Universidades Seniores: UNISSEIXAL – Univ. Sén. do Seixal e UNICA - Univ. Interg. Conc. Almada.
É membro efectivo da APE – Assoc. Portuguesa de Escritores. Da sua autoria destacam-se as seguintes Obras:
“AS NINFAS DO ÍNDICO” - Romance (Chiado Editora) ; “FILHO DE NINGUÉM”- Romance (Chiado Editora); “INQUIETUDES”- Poemas (Chiado Editora); “EU VOU SER COMO A SERPENTE”- Romance (Edições Vieira da Silva).
A aguardar publicação: 3 Romances e 1 Livro de Contos
1 - Sendo o vinho, por excelência, um promotor da criatividade, viu com bons olhos a sua associação a um Prémio Literário?
Se a poesia é uma forma de arte por excelência, tal como o é a criação de um bom vinho, por que não associar as duas? Não vejo qualquer incompatibilidade, bem pelo contrário.
2- O que é que mais te atrai no teu processo criativo, o mundo sonhado e utopias, o mundo real ou ambos?
Além de poeta, considero-me, acima de tudo, um romancista. Já disse, numa entrevista a um jornal, que para mim, o “Romance mais não é do que a realidade ampliada”. Assim sendo, nos que já publiquei e nos que estão prontos para tal, incorporo três realidades: um ou mais factos reais como génese da história, factos verosímeis e factos ficcionados. Compete ao leitor intuir qual dos episódios se situa em cada uma destas vertentes. Os meus poemas situam-se mesmamente nestas três vertentes, salvas as devidas distâncias, tudo dependendo da inspiração, no momento da sua criação.
3- Na categoria poesia, na qual se destacou como segundo classificado, qual a importância que atribui a um Prémio Literário? Em que medida, iniciativas do género, poderão coadjuvar na divulgação deste género literário junto dos seus apreciadores?
Muita gente (não apenas os políticos) usa a poesia para impressionar alguém, mas raramente compra um livro de poemas. Agustina Bessa Luís (excelente romancista de quem não se conhece obra poética) escreve, com ironia, no romance O princípio da incerteza: “A poesia serve mais os amantes do que a cultura. Não se vende mas decora-se melhor. Isso é bom para seduzir as mulheres”. São palavras, dela das quais discordo em absoluto. Todos os eventos, a começar pelos Prémios Literários, que contribuam para a divulgação da poesia e da prosa são muito bem-vindos.
4- Consideras que os meios de divulgação digitais são um suporte importante para a divulgação do que muito se escreve em Portugal actualmente?
Sou daqueles que acreditam que nada pode substituir o contacto físico com o livro impresso. Porém, as novas tecnologias são uma excelente ferramenta para a divulgação da cultura em geral; quiçá, potenciadoras de levar mais leitores a adquirirem livros – em papel ou digitais.