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Hall Paxis

Integrada na rede nacional Hall, esta imobiliária atua em todo o distrito de Beja.

Hall Paxis

Integrada na rede nacional Hall, esta imobiliária atua em todo o distrito de Beja.

"É meu, nosso, objetivo contribuir para ter um IPBeja com a região e um IPBeja para além da região!"

João Paulo Trindade é o Presidente do Instituto Politécnico de Beja. Nos escassos meses de mandato, já marcou a diferença, na dinâmica que tem imprimido ao Instituto. Pessoa profundamente enraizada no Alentejo, e com uma visão abrangente e de futuro, é hoje nosso convidado para falar, segundo a sua perspectiva, sobre o desenvolvimento da região, assim como da interacção entre o IPB e a comunidade empresarial.

 


A criação de emprego é fundamental para a fixação de pessoas no nosso território. A diminuição da população apresenta-se como um dos principais desafios que teremos, conjuntamente, de ultrapassar. Neste sentido, a combinação do investimento privado e do investimento público torna-se imprescindível. Importará não recorrermos a discursos e posições derrotistas, mas antes assumirmos as nossas capacidades e reclamarmos por ações que nos ajudem a potenciar as boas condições que temos.

 

 

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Na sua opinião, qual é o papel que o Instituto Politécnico de Beja deve assumir dentro de uma estratégia de desenvolvimento regional do Alentejo e do distrito de Beja, em particular?

 

Todos tiraremos proveito de um IPBeja forte, participativo, interventivo, solidário e consciente do seu posicionamento. Como?
(i) Recorrendo às suas atuais competências e promovendo o seu crescimento e desenvolvimento no contexto do ensino superior nacional.
(ii) Aperfeiçoando a sua notoriedade ao colocar em prática uma estratégia com ações de divulgação dos cursos e dos resultados dos projetos realizados, levando-os ao conhecimento da comunidade, fortalecendo a imagem e capacidade de comunicação.
(iii) Proporcionando condições mais adequadas à realidade atual do ensino superior politécnico que permitam o desenvolvimento de atividades de investigação, marcadas pela inovação e pelo empreendedorismo, preferencialmente em colaboração com outras instituições de ensino superior e com a comunidade exterior.
(iv) Otimizando a capacidade de captação de novos alunos, nacionais e internacionais, assim como a resposta às solicitações da sociedade em geral.
O IPBeja tem previsto no plano estratégico para 2018 um conjunto de ações em estreita ligação com os municípios, entidades e empresas da região que contribuirão no terreno para essa estratégia de desenvolvimento regional. Temos presentes políticas orientadas para a internacionalização, para a investigação aplicada, para as questões sociais, para os estudantes e para as nossas ofertas formativas. O IPBeja é uma instituição de ensino superior que está implicada em todas as dimensões que enquadram a sua missão.

 

Tem-se apontado, inúmeras vezes, para a necessidade de o IPB dialogar e trabalhar mais com as empresas da região. No seu entendimento, essa relação entre as empresas e o universo do conhecimento está de boa saúde, ou é claramente uma relação que precisa ser mais aprofundada?

 

A ligação efetiva à comunidade envolvente deverá ser traduzida através da resposta a necessidades e objetivos específicos da região, do setor empresarial, social e cultural. Deste modo, o papel do IPBeja sairá valorizado e reconhecido e daí poderão resultar propostas de eventuais novas ofertas formativas, reforço de parcerias para o conhecimento e novos projetos de I&D baseados na prática. Urge reforçar a visibilidade das atividades, projetos, prestações de serviço e investigação que são realizados por muitas estruturas do IPBeja com e para as entidades regionais.

O IPBeja tem desenvolvido um esforço no sentido de institucionalizar o trabalho em rede e as parcerias regionais, nacionais e internacionais. Importa, neste âmbito, destacar a aproximação às escolas de ensino secundário e profissional, às autarquias, às organizações de produtores e associações setoriais, às incubadoras, empresas e associações de desenvolvimento local.

As relações entre as entidades regionais podem e devem ser sempre melhoradas e aprofundadas. Procuraremos manter com a comunidade envolvente um relacionamento descomplexado, no sentido de criar pontes e encontrar soluções para problemas comuns. No planeamento a médio / longo prazo não poderemos deixar de ter em conta algumas realidades como sejam o contexto demográfico e socioeconómico, a profunda alteração introduzida pelo regadio e a importância da agricultura no Alentejo, a crescente procura turística e a enorme carência nacional e internacional, por exemplo, ao nível das profissões associadas às tecnologias de informação e comunicação.

É meu, nosso, objetivo contribuir para ter um IPBeja com a região e um IPBeja para além da região!

 

Existem já bons exemplos dessa cooperação entre o IPB e as empresas locais?

Existem inúmeros exemplos e casos de sucesso da cooperação entre o IPBeja e as empresas e instituições regionais, por exemplo, ao nível da prestação de serviços, participação conjunta em projetos, consultoria, estágios, utilização de equipamentos e laboratórios, entre outros. Esta colaboração assenta em diversos domínios do conhecimento, no âmbito das áreas técnicas e científicas que o IPBeja apresenta. Correria o risco de ser excessivamente exaustivo ao listar todos os bons exemplos ao nível desta cooperação e, ao mesmo tempo, de poder deixar alguns de fora.

 

Vivemos numa região predominantemente agrícola, sendo que este é um setor que vive um período de grande dinamismo no nosso distrito. Esse "novo" interesse pela "terra" teve impacto no número de estudantes que ingressam nas licenciaturas da Escola Superior Agrária de Beja?

 

Não terá tido ainda o impacto que todos desejamos e que pretendemos atingir, mas queremos potenciar esta atenção sentida no setor agrícola para conseguirmos um novo impulso na captação de estudantes e na oferta formativa nesta área. O posicionamento geográfico do IPBeja no contexto nacional implica, necessariamente, um investimento e atuação permanentes nos setores agrícola e agro-alimentar. O IPBeja apresenta nestas áreas excelentes resultados, com parcerias consistentes e de elevado nível técnico e científico. A Escola Superior Agrária, o Centro de Exploração Agrícola, o Centro de Experimentação Agrícola e o Centro Hortofrutícola, do IPBeja, realizam prestações de serviços, instalação e colheita de ensaios de campo e consultoria agrícola, de grande valia e reconhecimento pelas associações e agricultores da região.

 

Considera adequada a actual oferta formativa da ESA (Escola Superior Agrária), à realidade da região, onde as alterações das características das explorações agrícolas, provenientes da grande diversificação de culturas “trazidas” pela implementação do projecto Alqueva, são cada vez mais exigentes?

 

Os cursos lecionados no IPBeja gozam, na sua maioria, de reconhecimento e notoriedade junto das entidades empregadoras. Existe o cuidado de atualização dos planos de estudo, ajustando-os à natural evolução social, tecnológica e científica vivida na sociedade. A acreditação da A3ES confere-lhes a marca de qualidade e é um garante para qualquer candidato na hora de escolher o curso e a respetiva instituição de ensino superior.

Também neste domínio teremos de alcançar o equilíbrio entre a evolução do mercado e das necessidades que vamos vivendo e sentindo “lá fora”, com os exigentes percursos de qualificação e especialização dos nossos técnicos, docentes e investigadores. A alteração da oferta formativa nem sempre é possível de forma tão rápida quanto seria desejável. São exigentes as condições e requisitos definidos pela A3ES - Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior -  para a autorização de funcionamento de novos cursos. Não significa isto que não devamos estar atentos e procurar ir ao encontro das novas realidades, mas sempre com a garantia de qualidade nos procedimentos.

O IPBeja tem, em todas as suas escolas e departamentos, uma oferta formativa estabilizada, uma grande capacidade de investigação em várias áreas científicas e um corpo docente qualificado. Disponibiliza, atualmente, 17 CTeSPs, 14 Licenciaturas e 13 Mestrados. Procura-se que a oferta formativa seja construída de forma a permitir aos estudantes o prosseguimento dos estudos, o que acontece na maioria das áreas de formação. Assim, a partir de um CTeSP será possível ingressar numa licenciatura e, posteriormente, frequentar um mestrado na área.

Naturalmente que queremos sempre fazer mais e melhor e por isso o reforço nas atividades de investigação e desenvolvimento é um dos eixos da estratégia do IPBeja para os próximos anos.

 

Um trabalho já muito elogiado é aquele que se desenvolve através do CEBAL - Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo. Aqui, a transferência de conhecimento para o sector privado parece acontecer a um ritmo interessante. Pode falar-nos dessa relação do CEBAL com as empresas e com os agricultores?

 

Apesar de estar localizado nas instalações do IPBeja, o CEBAL é uma unidade autónoma, de investigação e desenvolvimento privada, sem fins lucrativos. Conforme pode ser consultado no resptivo site, “desenvolve relevante atividade na identificação e o desenvolvimento de novas oportunidades que possam ser aplicáveis à região nomeadamente nas áreas da produção vegetal, na produção animal, no processamento e melhoria dos produtos agrícolas e alimentares, na implementação de processos que permitam a obtenção de valor acrescentado a partir de sub-produtos e resíduos e na pesquisa de formas de valorização de matérias-primas tradicionais”.

O IPBeja participa na Direção do CEBAL, disponibiliza condições de funcionamento e mantém cooperação científica através da participação em projetos e atividades de investigação comuns.

 

Na sua tomada de posse declarou que uma das prioridades desta nova Direcção passa pelo aumento significativo do número de estudantes que frequentam os cursos oferecidos pelas diversas escolas do IPB. Está neste momento a decorrer uma primeira experiência de ensino no sector aeronáutico, através do Curso Inicial de Tripulantes de Cabine. Pode explicar-nos exactamente como nasceu esta ideia de cooperação entre o IPB e a G Air Training?

 

A exploração do cluster da aeronáutica foi um dos propósitos que apresentei quando da minha candidatura à presidência do IPBeja. Por outro lado, a proximidade de uma infraestrutura como o Aeroporto de Beja é motivo suficiente para que não possamos ficar alheios à possibilidade de também darmos, por via da nossa missão e no respeito das formações e especializações do nosso atual capital humano, um contributo para a sua exploração. Foi por isso que procurámos esta parceria com a GAir. Não sendo fácil contabilizar o número e os principais indicadores económicos das empresas em Portugal que desenvolvem atividade em torno do setor da aeronáutica, ninguém tem dúvidas da importância que esta indústria assume nas regiões em que se instala.

 

Qual foi a recepção do público a esta nova oferta formativa?

 

Foi boa, a formação realizou-se conforme previsto e com um elevado número de formandos. O curso de Pessoal Navegante de Cabina resultou da parceria IPBeja / GAir Training / Orbest, a parte teórica teve lugar no IPBeja e a componente prática nos Açores. Contou com estudantes do IPBeja, de outros pontos do País e até do estrangeiro. Existe a possibilidade de dentro de pouco tempo realizarmos uma nova edição deste curso. Trata-se de um curso breve sem atribuição de grau académico.

 

Acredita que a aposta formativa no sector aeronáutico não vai ficar por esta experiência? Que outras formações/cursos poderão vir a ser ministrados a curto/médio prazo?

 

Queremos fortalecer a ligação com as empresas aeronáuticas e caminhar no sentido de responder às necessidades de emprego qualificado. Apostamos na qualificação dos nossos estudantes para o emprego em setores de grande procura, aproveitando a existência e proximidade ao Aeroporto de Beja e à cidade de Évora onde estão instaladas algumas importantes empresas ligadas ao setor. Estamos interessados e disponíveis em aprofundar ofertas formativas, em parceria com o IPSetúbal, IPPortalegre, IPCastelo Branco e instituições europeias.

Temos consciência de que estamos a falar de um setor muito exigente, tanto a nível tecnológico como a nível de qualificação empresarial e pessoal. A necessidade de tecnologia avançada, de infraestruturas adequadas e de mão-de-obra altamente qualificada, são requisitos fundamentais para alcançar sucesso e reconhecimento internacional nesta área.

Neste contexto, o IPBeja assume as suas limitações, mas também as suas potencialidades e responsabilidades, estando por isso interessado e disponível para, em conjunto e aproveitando as sinergias existentes, contribuir para o aproveitamento e desenvolvimento desta importante infra-estrutura que poderá potenciar um cluster regional, com impacto nacional e internacional.

Importa não só consolidar o reconhecimento e afirmação das áreas lecionadas no IPBeja, mas também abrir espaço para equacionar a oportunidade de expandir a oferta formativa a novas áreas, como por exemplo, o setor da aeronáutica já referido, o setor mineiro, a agricultura de precisão, entre outras.

 

Considera que o desenvolvimento da região poderá passar por uma conjugação de investimentos privados em áreas específicas, embora o investimento público seja essencial para criar condições de fixação de populações e bons profissionais?

 

Sem dúvida. A criação de emprego é fundamental para a fixação de pessoas no nosso território. A diminuição da população apresenta-se como uma dos principais desafios que teremos, conjuntamente, de ultrapassar. Neste sentido, a combinação do investimento privado e do investimento público torna-se imprescindível. Importará não recorrermos a discursos e posições derrotistas, mas antes assumirmos as nossas capacidades e reclamarmos por ações que nos ajudem a potenciar as boas condições que temos. Só para dar um exemplo flagrante que todos conhecemos e sentimos, é urgente conseguirmos o investimento necessário na ferrovia entre Beja e Casa Branca que nos proporcione uma ligação rápida, segura e fiável a Lisboa.

Lembro que a decisão sobre a localização dos institutos superiores politécnicos em Portugal assentou numa lógica de “compromisso territorial” que permitisse cobrir também as regiões do interior de baixa densidade populacional.

 

Supondo que era abordado por uma grande empresa que pretende fixar-se na região, quais seriam os pontos chave que iria referir para convencer esses investidores de que Beja vale a pena?

 

Novos e elevados investimentos na fileira das agro-indústrias.
Expansão do regadio a grandes zonas do Alentejo.
Consolidação de muitas empresas agrícolas.
Novas acessibilidades e infra-estruturas disponíveis.
Crescimento do turismo.
Existência de boas condições “para se viver” na cidade de Beja.
Cidade segura que oferece boas infra-estruturas sociais, culturais e desportivas e uma boa qualidade ambiental e do clima.
Existência de recursos humanos qualificados, materiais e equipamentos disponíveis, que podem apoiar a instalação de novos negócios.
Existência do Aeroporto de Beja.
Bom posicionamento no eixo Lisboa – Algarve – Espanha.
Cidade com potencialidade para crescer.
Possibilidade de candidatura a fundos estruturais.



“Há uma via verde para o investimento em Beja”

Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja, é o primeiro convidado da Hall Paxis a pronunciar-se sobre a estratégia de desenvolvimento para o território do alentejano.

 

ALENTEJO, UM AMANHÃ REINVENTADO é a designação do projeto Hall Paxis, através do qual se pretende ouvir a opinião de autarcas, empresários, personalidades da cultura e de outros sectores estratégicos. Mostrar que vivemos numa região de futuro, com imensas oportunidades e potencialidades, e onde investir é urgente, paralelamente a uma alteração na forma de estar e pensar as empresas, a sua sustentabilidade e, consequentemente, a esfera de acção e intervenção do cidadão comum, será o objetivo desta iniciativa da Hall Paxis.

 

Eleito em outubro de 2017, Paulo Arsénio aceitou conversar connosco, tendo sempre sublinhado que estamos a viver no concelho de Beja, um momento de viragem de paradigma. Há empresas e investimentos avultados a chegar ao território e é anunciada a criação de centenas de novos postos de trabalho, sobretudo relacionados com o sector aeronáutico e com a indústria transformadora de produtos agrícolas. O presidente do Município de Beja salienta que todos os investidores interessados em fixar os seus negócios na região são bem acolhidos no Gabinete de Apoio ao Investimento, e fala na existência de uma "via verde" eficaz para novos investimentos no concelho.

 

Durante a entrevista conversámos também sobre a clara intenção de revitalizar o centro da cidade, através de projetos que assentam no arrendamento a novas famílias e sobre a necessidade de se ter uma oferta cultural que ajude a potenciar a presença turística.

Presidente_Paulo Arsénio.jpg

 

O atual executivo da Câmara Municipal de Beja colocou as matérias relacionadas com o desenvolvimento económico no topo das grandes prioridades da governança.

Nestes primeiros meses o que é que já foi possível realizar e começar a idealizar? 

Tenho a consciência de que a nossa estratégia precisará de melhoramentos. Estamos ainda longe de atingir os objetivos a que nos propusemos, como será compreensível. Mas não posso deixar de referir que o nosso Gabinete de Apoio ao Investimento está com muito trabalho e teremos que reforçá-lo em número de funcionários. Têm vindo ter connosco um conjunto de investidores das mais diversas áreas, com intenção de investir na cidade e no concelho de Beja.

Temos em carteira um conjunto de projetos aos quais teremos que dar resposta a curto prazo. Os casos a que me estou a referir relacionam-se, sobretudo, ao nível da procura de terrenos adequados e a preços não especulativos, de maneira a permitir a instalação de novas unidades industriais. Neste ponto de vista, estamos em condições de assegurar que dentro de poucos anos assistiremos a um salto quantitativo no emprego em Beja, fruto destes novos investimentos.

 

Este Gabinete de Apoio ao Investimento surge como um serviço que acompanha estas manifestações de interesse. Como é que funciona?

Serve para acompanhar individualmente e com recurso a técnicos especializados todas as intenções de investimento que chegam à Câmara Municipal de Beja. E, sempre que esteja disponível, o próprio presidente da autarquia recebe e acompanha esses putativos investidores. Eu diria que neste momento há quase uma "via verde" para o investimento em Beja. A grande maioria dos empresários sentem, ao passar pelos nossos serviços, que conseguiram estabelecer uma relação de confiança com o Município. Isso é que é importante. Desse ponto de vista, entendo que estamos a trabalhar bem, embora os resultados nem sempre possam ser visíveis de forma imediata, serão visíveis com o passar do tempo.

 

Que tipo de informação é que estes investidores procuram junto da autarquia?

Sobretudo, procura-se informação relacionada com a disponibilidade de terrenos. Temos tido contacto de muitos investidores disponíveis para a aquisição de terrenos a preços comerciais. Infelizmente, muitos deparam-se com os preços especulativos praticados pelos proprietários dos respetivos terrenos. No sector da aeronáutica isso é particularmente notório. Ou seja, sempre que há a possibilidade de se vir a instalar uma empresa deste ramo, por se verificar uma subida injustificada do valor dos terrenos. Esta situação faz com que os operadores sejam obrigados a estudar outras opções, podendo a opção final não recair no concelho de Beja devido à especulação.

A Câmara Municipal de Beja está a fazer o seu papel, identificando terrenos privados e públicos de forma a facilitar essa instalação, dando a possibilidade aos empresários de mostrarem que trazem projetos sólidos e que vêm para criar emprego.

 

Há uma bolsa de terrenos que pertencem ao Estado, nas imediações do Aeroporto Civil de Beja. A que prazo poderão vir aa esta disponíveis para a instalação de empresas?

Existe um Plano de Expansão do Aeroporto, com 39 hectares que são do Tesouro e que pertenciam à antiga EDAB (Empresa de Desenvolvimento do Aeroporto de Beja) e que são do Estado Português. A Câmara Municipal de Beja está interessada em adquirir esses terrenos.

 

Seria importante  para regular o valor de mercado ?

Claro que sim. E além desses 39 hectares, existem mais 46 hectares que são propriedade de um particular, que poderão vir a ser importantes para empresas que se queiram instalar na zona do Aeroporto.

Depois, existe um conjunto de agroindustriais e comércio de vários ramos que se querem instalar em Beja, não propriamente na zona do Aeroporto, mas em parques industriais.

 

E temos reposta para essas manifestações de interesse?

Temos um parque que nos foi deixado de herança pelo anterior executivo, a Zona de Expansão Norte, onde vamos agora retomar as escrituras depois de as termos suspenso por falta de verbas para as infraestruturas. Neste momento concorremos a um aviso da CCDRA que nos permite aceder a verbas para infraestruturar nesse novo loteamento, com dinheiros da União Europeia, competindo ao Municipio de Beja uma comparticipação de 15 por cento dos dois milhões de euros necessários à obra. As escrituras que agora estamos a retomar com os empresários, referem que, caso não seja aprovada esta candidatura, serão os empresários a assumir 50 por cento do valor das infraestruturas, cabendo ao Município de Beja o investimento em falta. Nestas escrituras é consagrado o direito de reversão, ou seja, se a construção não tiver inicio no prazo de 24 meses e não terminar no prazo de 36 meses a Câmara Municipal de Beja tem o direito de voltar a adquirir esses terrenos.

 

Que projetos empresariais poderão vir a ser instalados nessa nova zona industrial? Falou em agroindustriais, mais especificamente...?

Acabámos de desbloquear todas as questões pendentes com vista à instalação, a título de exemplo, da Fairfruit. Este projeto estava a aguardar financiamento do IAPMEI, tendo sido concretizado no mês de Janeiro. Estamos a falar num investimento na ordem dos 14 milhões de euros e com a previsão de criação de 80 postos de trabalho.

Este será o projeto mais conhecido, mas depois temos também a Fertigal, um investimento espanhol relacionado com adubos. Vamos agora finalizar esta escritura com a cedência de mais 5 mil metros quadrados, que completam uma faixa de ligação à estrada. E vamos avançar, em breve, com mais duas escrituras de outros investimentos muito relevantes.

Ainda não posso identificar alguns dos investidores, mas permita-me que diga que vamos ter, naquela zona, investimentos muito surpreendentes para a cidade e para o concelho de Beja, estimando-se, para aquela nova zona industrial, a criação líquida de 250 novos postos de trabalho.

 

Está a referir-se à indústria da transformação, correto?

Estamos a falar do sector da transformação. São investimentos relacionados, sobretudo, com a transformação de produtos agrícolas, mas também existem investimentos relativos à metalomecânica e outros.

 

Quando serão visíveis os resultados práticos de toda esta aposta no desenvolvimento económico do concelho de Beja?

Acredito que os resultados serão visíveis nestes primeiros quatro anos. Vai ser possível assistir à concretização de alguns destes investimentos que nos irão deixar a todos agradavelmente surpreendidos. Acredito que vão começar a ser criados novos postos de trabalho efetivos.

 

O atual mandato começou da melhor forma possível, com a Hi Fly a anunciar um primeiro investimento em Beja. Qual é o ponto de situação desse investimento?

Nas primeiras três semanas de mandato reunimos três vezes com os responsáveis da Hi Fly, e o processo encontra-se em velocidade cruzeiro. O hangar está a ser construído em Inglaterra e as previsões apontam o inicio da sua montagem, em Beja, para os meses de Abril ou Maio. As previsões da empresa apontam para que a instalação fique concluída até ao final de 2018. Sabemos que a Hi Fly está a trabalhar de forma muito próxima com o IEFP, na tentativa de recrutamento de técnicos de manutenção de aeronaves, uma vez que necessitam de 150 profissionais. As pessoas a recrutar terão que possuir o 12º ano de escolaridade e ter conhecimentos de matemática e inglês, e é aqui, nestas habilitações, que os responsáveis pelo recrutamento têm encontrado algumas lacunas que dificultam o preenchimento das vagas existentes. A Hi Fly dará toda a formação técnica aos futuros funcionários que irão operar na manutenção de aeronaves, uma formação de 18 meses, dos quais os primeiros nove serão feitos em contexto de pura aprendizagem e depois começam a trabalhar diretamente nas aeronaves. Vamos receber, para manutenção, aviões Airbus A330 e A340.

Este primeiro projeto da Hi Fly é muito importante para Beja, por ser a primeira vez que os cidadãos do concelho, e também do país, vão poder compreender que o Aeroporto de Beja é um projeto viável. Não podendo ser um Aeroporto dirigido, sobretudo, ao tráfego de passageiros (que pode bem ser uma atividade complementar), é bom ver que estamos agora a dar os primeiros passos relacionados com a manutenção de aeronaves. As oficinas de manutenção de aviões poderão ser, a breve prazo, uma componente muito importante do Aeroporto de Beja.

Existe ainda a possibilidade de alargar a manutenção aos aviões A380, que é um dos maiores aviões do mundo e ainda a possibilidade de construir um segundo hangar. Tudo isto são investimentos projetados pela Hi Fly.

 

Numa entrevista recente anunciou a intenção da autarquia em requalificar um edifício na Praça da República para, posteriormente, os futuros apartamentos virem a ser colocados no mercado de arrendamento. Este investimento pretende trazer as famílias para dentro do centro histórico?

Estamos a falar, num primeiro momento, numa ação que decorrerá na Praça da República, mas que pode depois estender-se para outras artérias, nomeadamente a Rua do Touro, a Rua da Cadeia Velha e outras.

Na Praça da República, a ideia será intervir num edifício que foi doado à Câmara Municipal de Beja a meio do mandato anterior. Aquilo que esteve previsto era a criação de um grande centro de serviços, com a criação de 80 postos de trabalho. Nós deixámos cair esse projeto e candidatámo-lo à reabilitação para habitação no centro da cidade.

Nós entendemos que com serviços que encerram às 16 horas, as pessoas vão embora e deixam deserto o centro da cidade. Nós tencionamos devolver alguma vida ao centro histórico, procurando instalar aqui famílias. A tipologia de apartamentos prevista para este projeto não supera o T2. Estaremos a falar de estúdios, T1 e T2 para famílias não muito numerosas, a preços não especulativos. No fundo queremos dar vida ao centro, aumentando o número de pessoas que aqui vivem.

 

Com a sua chegada à presidência da autarquia, o Município começou a utilizar um novo slogan: Beja, o Centro do Sul. Quer explicar-nos este novo conceito...

É um conceito global. É um conceito de território em primeiro lugar, porque estamos entre Lisboa e o Algarve, estamos entre a Costa Alentejana e a fronteira de Espanha. Geográfica e objetivamente somos o Centro do Sul.

Do ponto de vista económico é a afirmação mais difícil, mas estamos apostados em crescer nesta área.

E depois, também, o Centro do Sul do ponto de vista da dinamização cultural, das nossas tradições, dos nossos saberes e dos nossos sabores. Queremos marcar uma diferença que seja qualitativa. Precisamos de nos afirmar pela positiva, com eventos diferenciadores e únicos que façam as pessoas vir a Beja.

 

Por falar em eventos diferenciadores, em Junho a cidade acolhe pela primeira vez o Festival B...

Já temos eventos que nos diferenciam. É o caso das Palavras Andarilhas, do Festival de Banda Desenhada, o FITA – Festival Internacional de Teatro do Alentejo, entre outros.

O evento inovador que lançamos é o Festival B, que vai aliar vários patrimónios da humanidade num só evento que decorrerá, este ano, a 22, 23 e 24 de Junho.

 

Obrigada, Senhor Presidente.

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