A Importância de Fazer Diferente na Mediação Imobiliária
Ouvimos diariamente que “o mercado está em alta”, que a oferta para habitação é escassa e que a procura excede, em grande percentagem, os imóveis disponíveis no mercado.
O contacto pessoal, directo e diário com este sector de actividade, faz-nos perceber que esta não é a realidade da cidade de Beja, importando, por isso, frisar pontos específicos que possam ajudar a perceber melhor as características do nosso mercado, em particular. Desta forma, vendedores e potenciais compradores poderão, de forma mais consciente, adequar as suas pretensões e propósitos de compra/venda à realidade atual. É certo que não atravessamos o período mais apetecível para quem vende, sendo igualmente verdade que o número de transações é inferior ao esperado e não tão frequente quanto o desejável. A isto junta-se, como agravante, a dificuldade que as famílias enfrentam no acesso ao crédito, assim como os jovens, cujas condições de trabalho inviabilizam, na maioria dos casos, o financiamento bancário. O valor pelo qual um imóvel entra no mercado, face ao valor real para venda é outro dos factores que “assusta” os potenciais interessados, fazendo-nos cair no erro de que não existe procura para aquele imóvel em particular. O mesmo acontece relativamente ao estado de conservação, materiais utilizados e decoração de interiores.
Logicamente, e porque cada caso é um caso, deparamo-nos com processos uns mais complexos do que outros, requerendo mais ou menos disponibilidade de conhecimento, aptidão e ferramentas para que possam ser concluídos. Preferimos encará-los como desafios porque, no fundo, não existem imóveis invendáveis, a todos corresponde um comprador, agora ou mais adiante. A peça chave será sempre atuar em conformidade, por forma a solucionar a situação. Para isso, é essencial fazer-se melhor e diferente. A inserção do imóvel nas diferentes plataformas de divulgação online e meios tradicionais não é suficiente, assim como não o é a colocação da placa de venda e o contacto isolado a determinados clientes em carteira. A motivação do vendedor será, também, um factor determinante para o sucesso da transação, sendo essencial trabalhá-la.
O agente imobiliário tem então em mãos tarefas tantas vezes classificadas de “quase impossíveis”, necessitando, ele mesmo, de uma dose extra de auto-motivação. Exemplos serão os casos de vendas judicias, situações de penhora, situações de heranças e divórcio em que tantas vezes é necessário mediar conflitos, licenciamentos por concluir, desanexações, proteção de direitos dos menores, etc.
Satisfazer o cliente é o objectivo. O profissionalismo, o trabalho, a dedicação, o empenho, a honestidade e a transparência fazem o caminho.
Qualquer pessoa afecta a um ramo de negócio só evolui quando existe uma conexão genuína entre as partes, o que acontece sempre que a comunicação e linguagem são coerentes e claras, indo de encontro, de forma empática, ao cliente. Ponto que não deverá, em situação alguma, ser descurado.
É imperativo saber ouvir, escutar e compreender as necessidades dos clientes, transmitindo-lhes confiança e respeito. Este será o passo que, aliado ao desenvolvimento de estratégias concisas e bem estruturadas, levará ao sucesso de todas as partes: vendedores, compradores, mediadores, agência e transação.
Rita Palma Nascimento